terça-feira, 9 de junho de 2009

Espaço Cultural ;)



Farol de Itapoã;






Em Tupi Guarani, Itapoã quer dizer "pedra que ronca". Conta a história que uma pedra roncava, na praia de Itapoá, sempre que a maré estava vazante e isso acabou dando origem ao nome ao bairro, um dos mais famosos de Salvador. No início da década de 50, Itapoã era apenas uma colônia de pescadores em uma região afastada do centro de Salvador. A praia passou a ser ponto de veraneio predileto dos soteropolitanos e hoje é um dos bairros mais populosos e populares da capital baiana. O pescador Nelson dos Santos, 54 anos, acompanhou toda essa mudança. "Eu sou filho do Rio Vermelho, mas já faz 40 anos que estou em Itapoã, lugar que escolhi para morar por causa do mar ser cheio de peixe, e pescar é minha vida, isso dá tranquilidade. Hoje em dia está tudo diferente, mas daqui não saio nem morto, tem até cemitério aqui perto!", conta Pai Véio, como é conhecido.
Se nos dias atuais a tranqüilidade dos tempos passados já não existe mais, a urbanização não substituiu o encanto e o romantismo de Itapoã. "Aqui ainda é um pouco o bairro do interior, onde as pessoas se sentam na calçada para ver o fim de tarde e têm todo um jeito itapoanzeiro de ser", brinca Cícero Silva, morador do bairro, que escolheu justamente por esse motivo, há quase dez anos. Ainda vale e vai valer em qualquer tempo, seguir o conselho dado em 1969 na canção composta por Toquinho e Vinícius de Moraes: colocar um velho calção de banho e passar uma tarde ao sol que arde em Itapoã. E a labuta dos pescadores no mar ainda é espetáculo de manhã cedo e nos fins de tarde. A Colônia Z-6 tem 2.800 pescadores cadastrados, que tiram do mar o sustento para a família. Por tudo isso, embora o cenário que inspirou tantos poetas tenha mudado bastante, Itapoã continua o lugar perfeito para falar de amor. Ou, para quem está longe, lembrar saudoso como Dorival Caymmi, em Saudade de Itapoã "Coqueiro de Itapoã - coqueiro! Areia de Itapoã - areia! Morena de Itapoã - morena! Saudade de Itapoã - me deixa!". Os distantes 21 quilômetros que separam Itapoã do centro de Salvador já não são mais percebidos depois da estrada de asfalto que liga toda a orla de Salvador. A paisagem composta de outras belas praias ajuda o passageiro a não sentir a viagem: Barra, Ondina, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba, Chega Negro, Armação, Itapoã. Chegando lá, o visitante encontra uma boa infra-estrutura em hotéis e pousadas. Os moradores lotam as barracas de petiscos à beira-mar, muito movimentadas nos fins-de-semana. Localizada numa espécie de enseada de águas claras, Itapoã tem o mar calmo e areias enfeitadas por coqueiros. E tem coisas que só acontecem lá. Segunda- feira, por exemplo, é dia de reunir os times de futebol da vizinhança para aquele show de bola. O tradicional Baba da Ressaca reúne, logo na manhã seguinte ao agitado domingo, jogadores selecionados entre os moradores do bairro, sendo mais um ponto de encontro da comunidade do bairro. Os times se enfrentam na Associação dos ex-combatentes para curar a ressaca de domingo. Lá também fica a Capela de São Francisco, uma das mais antigas construções da Bahia, erguida por ordem de Francisco Dias D'Avila, Senhor da Torre, para abrigar a imagem de Santo Antônio Argoin. A Lavagem de Itapoã, a última do ciclo de festas populares da Bahia antes do Carnaval, é uma homenagem à Nossa Senhora da Conceição, padroeira do bairro. A praça mais famosa chama-se Dorival Caymmi, também nome de uma das principais avenidas. Um outro point famoso fica no Largo de Itapoã: a barraca de Cira, famosa baiana de acarajé, atrai muitos turistas, artistas, políticos e gente da terra. Itapoã é emoldurada ainda por belas praias, o Farol de listras vermelhas e a famosa Lagoa do Abaeté.
Dentre as várias lendas e histórias fantásticas que ajudam a contar a história do bairro, ainda lembradas nas prosas dos pescadores e moradores mais antigos, está uma que teria acontecido na década de 40. Dizem que cerca de 15 mil homens desembarcaram de navios ingleses, neste trecho do litoral baiano, para escapar da artilharia alemã. Quando passou o perigo, alguns marujos retornaram ao mar, mas cerca de 200 deles se recusaram a deixar o local. Afinal, estavam diante de um verdadeiro "paraíso perdido".


Dicas...


“Um velho calção de banho, um dia pra vadiar / Um mar que não tem tamanho e um arco-íris no ar/ Depois na praça Caymmi sentir preguiça no corpo/E numa esteira de vime beber uma água de côco / É bom passar uma tarde em Itapuã“, quem não conhece esse trecho da canção “Tarde em Itapuã”, que colocou na boca do povo, esta praia de Salvador?
Mas atualmente, pra tarde terminar perfeita, tem que ter acarajé - o melhor de Salvador, que é feito na barraca da baiana Jaciara de Jesus Santos, mais conhecida como Cira de Itapuã.



Atualmente com seus 50 e poucos anos, Cira trabalha desde os 12 anos como baiana de acarajé, que aos 17 anos após a morte da mãe, ficou com a total responsabilidade pelo ponto.
Foram tempos de muito sacrifício, mas hoje ela conta com a ajuda de 35 funcionários, mas mesmo assim não abre mão de acordar às 6 h da manhã para escolher a matéria-prima e começar o preparo das comidas que são vendidas no seu tabuleiro.
Além de Acarajé, aqueles que visitarem seu quiosque podem comer cocada, bolinho de estudante e doce de tamarindo. Tudo feito com muito Amor, como ela mesma admite.Famosos como Jorge Aragão, Daniela Mercury, Camila Pitanga, Regina Casé, Juliana Paes, entre outros já passaram por esta barraca, pra desfrutar do famoso Acarajé. Assim que, se for visitar a praia de Itapuã, não deixe de provar essa maravilhosa iguaria!
Em Breve mais um cantinho especial, aqui no Espaço Cultural ;)

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